Delphi
Introdução
Considerando Quivy e Campehaudt que “ a organização de uma investigação em torno de hipóteses de trabalho constitui a melhor forma de a conduzir” (2003:119), assim a nossa investigação direcciona-se no sentido de perceber como as bibliotecas escolares podem ser fulcrais no desenvolvimento de competências leitoras e perceber como elas se integram no tecido pedagógico da escola, da família e da comunidade, como uma boa prática. Todo o trabalho de pesquisa deve ter uma base metodológica científica que permita a organização crítica das práticas de investigação, no entanto, esta não deve ser reduzida aos seus métodos e técnicas. A investigação consiste em alargar o campo dos conhecimentos, na disciplina a que diz respeito, e facilitar o desenvolvimento desta ciência. A metodologia, como refere Martins (1996), é a organização crítica das práticas da investigação. Optámos, para este estudo, pela realização de uma investigação empírica e descritiva, pois pretendemos compreender como o desempenho da Biblioteca Escolar, articulando-se com a estrutura organizacional da escola, e com o meio, responde às solicitações para que foi criada.
Autores como Ruiz e Ispizua (1989) descrevem a técnica Delphi como um método de investigação sociológica, que independentemente de pertencer a um tipo de entrevista profunda em grupo, se diferencia por ter características muito próprias. É uma técnica de análise de opinião de um grupo, considera que o critério de um indivíduo em particular é menos fiável que o de um grupo de indivíduos em iguais condições, em geral trata de especialistas. Para Konow e Pérez (1990) tentar dar uma definição é como limitar o alcance e o conteúdo do método, pelo que é mais aconselhável dar uma descrição geral das suas características, limitações, usos e aplicações.
Considerando Quivy e Campehaudt que “ a organização de uma investigação em torno de hipóteses de trabalho constitui a melhor forma de a conduzir” (2003:119), assim a nossa investigação direcciona-se no sentido de perceber como as bibliotecas escolares podem ser fulcrais no desenvolvimento de competências leitoras e perceber como elas se integram no tecido pedagógico da escola, da família e da comunidade, como uma boa prática. Todo o trabalho de pesquisa deve ter uma base metodológica científica que permita a organização crítica das práticas de investigação, no entanto, esta não deve ser reduzida aos seus métodos e técnicas. A investigação consiste em alargar o campo dos conhecimentos, na disciplina a que diz respeito, e facilitar o desenvolvimento desta ciência. A metodologia, como refere Martins (1996), é a organização crítica das práticas da investigação. Optámos, para este estudo, pela realização de uma investigação empírica e descritiva, pois pretendemos compreender como o desempenho da Biblioteca Escolar, articulando-se com a estrutura organizacional da escola, e com o meio, responde às solicitações para que foi criada.
Autores como Ruiz e Ispizua (1989) descrevem a técnica Delphi como um método de investigação sociológica, que independentemente de pertencer a um tipo de entrevista profunda em grupo, se diferencia por ter características muito próprias. É uma técnica de análise de opinião de um grupo, considera que o critério de um indivíduo em particular é menos fiável que o de um grupo de indivíduos em iguais condições, em geral trata de especialistas. Para Konow e Pérez (1990) tentar dar uma definição é como limitar o alcance e o conteúdo do método, pelo que é mais aconselhável dar uma descrição geral das suas características, limitações, usos e aplicações.
1.1. Método
Alguns trabalhos de investigação qualitativa têm vindo a adoptar as chamadas “técnicas de consenso” incluindo-se assim, na metodologia qualitativa técnica DELPHI, o grupo nominal, o brainstorming, etc. O fundamental da metodologia qualitativa é que trabalha com a análise e interpretação. O grupo da amostra pode não ser representativo da comunidade de profissionais que estão ao alcance desta nossa temática e que estariam à vontade para opinar. Utilizamos o questionário para a recolha de informação, mas na realidade o que transtorna a nossa acção é a obtenção de um grau de consenso entre os diferentes especialistas mediante o problema apresentado. Sabendo que qualquer metodologia de investigação em comunicação, seja ela do tipo quantitativo ou qualitativo, se baseia em métodos empíricos, uma vez que ambas as metodologias observam e descrevem a comunicação humana a partir de experiências com fenómenos observáveis (Keyton, 2001), a investigação que nos propusemos realizar assenta, antes de mais, numa perspectiva de estudo da comunicação como uma ciência social, ou, como sublinha Keyton (2001:11): “In either case, the data must be empirical; that is, the data must be able to be verified through observations or experiences. (…) As social scientist, the communication scholar focuses on messages, the effects of messages, and their meanings."
1.1.1. Método Delphi
“O método Delphi é um instrumento bastante adequado para a execução de exercícios foresight ” (Salles Filho et al, 2001:12). O método Delphi, cujo nome deriva da referência o oráculo da cidade de Delfos (da Grécia antiga), que segundo a lenda, era capaz de fornecer a visão do futuro aqueles que o solicitassem, foi aplicado pela primeira vez em 1948, com o objectivo de prever os resultados das corridas de cavalos (Neto, 2000). Na década de 50, nos Estados Unidos, pela RAND Corporation, que adoptou o nome Delphi, uma vez que este método, visavam efectuar previsões a longo prazo sobre temáticas complexas através da estruturação da opinião de um grupo de peritos/especialistas (Salles Filho et al, 2001; .Linstone & Turoff, 2002). Em 1963, o método Delphi realizado pela RAND Corporation, ganhou abrangência mundial com a publicação do artigo Report on a Long-Range Forecasting Study (Dalkey & Helmer, 1963). Segundo Dalkey & Helmer (1963) o propósito do Delphi é conseguir atingir o máximo de consenso nas opiniões emitidas pelo grupo de especialistas através de uma serie de questionários detalhados intercalados com retornos controlados das opiniões. O desenvolvimento do método Delphi consiste de 5 (cinco) estádios:
• O primeiro estádio de desenvolvimento do método Delphi, foi classificado pelos militares como sigilo e tinha como objectivo adquirir o consenso entre os grupos de peritos militares sobre um determinado problema. Este estágio está relacionado ao início da década de 50 até ao início da década de 60, quando o método foi classificado.
• O segundo estádio denominado novidade tem o seu início em meados ou final da década de 60. Durante esse estágio, o método foi primeiramente utilizado pelos planeadores das organizações como um instrumento de previsão para serviços humanos e da indústria.
• O terceiro estádio denominado popularidade, data do final da década de 60 até meados de 1970. Durante essa época inicia-se a divulgação do método Delphi por meio de publicações de artigos, abordando-o como método de investigação.
• O quarto estádio: a investigação inicia-se por volta de 1975 com um inesperado ataque de Sackman’s sobre o método Delphi. Não nos vamos debruçar sobre essa crítica mas apenas referenciar pela sua importância, devido ao carácter científico iniciado sobre o método Delphi nesse período
• O quinto e último estádio do desenvolvimento do método Delphi – a sua continuidade. A partir da década de 80, novos estudos e investigação surgiram e novas aplicações e nomeações foram acrescentadas a este método. Como ponto forte entre os citados, nessa investigação, o método Delphi interage directamente com os profissionais envolvidos no estudo do contributo das BE na criação de hábitos leitores. Para a utilização e aplicação do método Delphi nessa investigação, foram usadas algumas propriedades fundamentadas em Linstone e Turoff (2002:4):
• “Os problemas não estão adaptados às técnicas analíticas de modo preciso, mas trazem benefícios de julgamento subjectivos na esfera pública • As opiniões individuais contribuem para a análise de uma situação abrangente ou complexa, muitos indivíduos representam diferentes contextos socioprofissionais relacionados com a experiência ou competência dos especialistas;
• É necessário que muitos indivíduos possam interagir efectivamente face-a-face, mas o tempo e os custos tornam inviáveis reuniões frequentes em grupo; • A discordância entre os indivíduos podem ser inaceitáveis, por isso deve ser assegurado o anonimato durante todo o processo;
• A heterogeneidade dos participantes deve ser preservada para permitir validar os resultados, ou seja de modo a evitar o domínio sobre o outro, não haver influências”.
O Delphi tem por objectivo corroborar as convergências de opiniões e realçar os consensos sobre assuntos muito concretos, graças a colaboração de peritos, através de questionários interactivos sucessivos que preserva o anonimato das respostas. Segundo Godet (2000) o objectivo mais frequente dos estudos Delphi é fazer incidir os esclarecimentos dos especialistas sobre zonas de incertezas com vista a coadjuvar na tomada de decisões futuras. Para Godet (1993) “o método Delphi processa-se por interrogações aos peritos com a ajuda de questionários sucessivos, a fim de pôr em evidência convergência de opiniões e destacar consensos.” (Godet, 1993:181) sobre uma determinada questão ou assunto. Parisca (1995) considera que o Método Delphi baseia-se no principio da inteligência colectiva e que trata de conseguir um consenso de opiniões expressadas individualmente por um grupo de pessoas seleccionadas cuidadosamente como especialistas qualificados em torno do tema por meio da interacção sucessiva de um questionário retro-alimentado dos resultados pela ronda anterior, aplicando cálculos estatísticos. De acordo com Linstione e Turoff (2002: 3) o Delphi pode ser definido “ como um método para estruturar o processo de comunicação em grupo desde que esse processo seja efectivo em permitir um grupo e indivíduos, como um todo, partilhar um problema complexo.” Para realizar essa “comunicação estruturada” é necessário prover: a) Algum feedback das contribuições de conhecimento e informação do individuo; b) Uma avaliação do perfil do grupo; c) Oportunidade para rever as perspectivas individuais; d) Anonimato para as respostas individuais. Portanto, de acordo com o exposto acima, essa investigação pautou-se no paradigma interpretativos com abordagem qualitativa e para a recolha de dados empíricos, utilizou-se o método Delphi – questionário on-line.
1.1.2. Vantagens e desvantagens do Método Delphi
A principal vantagem da técnica Delphi está no facto de reunir opiniões de vários indivíduos que sem ter que os reunir no mesmo local, o que poderia dificultar não só a nível logístico mas sobretudo ao nível do tempo necessário. As desvantagens desta técnica, de um modo em geral, prendem com o problema ocasional do retorno dos questionários e na identificação dos indivíduos que participaram no estudo. Outra desvantagem é a identificação do grupo/amostra, ou seja, a resposta à questão: quem são os peritos deste tema? Às vezes, e em conformidade com o estudo, um grupo multi-profissionais é o ideal, outra vez um grupo mais homogéneo.